Nascida em 25 de maio de 1926 no município de Paripiranga, a história de vida de Josefina Santana de Andrade, carinhosamente conhecida como “Finha”, é marcada por fé, coragem e um profundo amor por suas raízes. Filha do casal de agricultores Emílio Branco e Josefa Souza, dona Finha é a terceira de cinco irmãos e representa uma geração de nordestinos que, ainda na juventude, partiram em busca de novas oportunidades no Sudeste do Brasil.
Aos 15 anos, dona Finha deixou a pequena Paripiranga com destino a São Paulo, onde construiu sua vida ao lado de José Félix. O casal teve dois filhos, mas enfrentou a dor da perda de um deles ainda na infância. Permanece vivo o filho Carlos Andrade, que acompanha de perto a trajetória da mãe, marcada pela fé católica e, especialmente, pela devoção a Santo Expedito.
Em 1997, durante uma de suas visitas à terra natal, dona Finha decidiu erguer um símbolo de sua fé em um terreno herdado de seu pai: uma capela dedicada a Santo Expedito. O gesto, simples à primeira vista, se transformou em um marco para a comunidade local e deu início a uma verdadeira peregrinação anual que se estende até os dias de hoje.
Todos os anos, entre os meses de fevereiro e maio, dona Finha percorre mais de 2.500 quilômetros de São Vicente (SP), onde reside atualmente, até Paripiranga, para realizar os novenários em homenagem a seu santo protetor. Com o passar do tempo, a capela se tornou não apenas um espaço de devoção, mas também de celebrações comunitárias como batizados, casamentos e momentos de oração coletiva.
Agora, aos 98 anos, e com limitações próprias da idade, dona Finha fez um gesto de amor e desprendimento: decidiu doar oficialmente a capela à Diocese de Paulo Afonso, que administra a Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio. A decisão visa garantir a continuidade do projeto que dedicou por décadas com tanto zelo.
A doação foi oficializada na última segunda-feira, 21 de abril, em uma celebração emocionante presidida pelo padre Antônio Gomes. Amigos, familiares e moradores da comunidade estiveram presentes para homenagear essa mulher que, mesmo longe, nunca deixou de amar sua terra e sua fé.
A história de dona Finha é mais do que um relato de fé. É o exemplo de como a religiosidade, o vínculo com a terra natal e o espírito de generosidade podem atravessar o tempo e inspirar gerações.
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