No mês de junho, o Brasil se enche de cores, sabores e ritmos com as festas juninas, uma das manifestações culturais mais vibrantes do país. No Nordeste, os festejos ganham proporções ainda maiores, com cidades inteiras decoradas com bandeirolas, quadrilhas ensaiadas durante meses e forró tocando em cada esquina.
A tradição remonta ao período colonial, influenciada pelas festas de santos católicos – especialmente São João, São Pedro e Santo Antônio. Além do aspecto religioso, os festejos também marcam o fim da colheita e o agradecimento pelas chuvas no sertão. “É uma festa do povo, feita para o povo, com muita fé, comida típica e música”, comenta a professora e folclorista Maria das Dores.
As comidas de milho, como pamonha, canjica e bolo, são presença obrigatória, assim como o tradicional arrasta-pé ao som de sanfona, zabumba e triângulo. As quadrilhas juninas, com seus figurinos coloridos e coreografias detalhadas, encantam públicos de todas as idades.
Além da importância cultural, o São João movimenta a economia local com o turismo, o comércio de roupas típicas e alimentos, e a contratação de artistas e grupos culturais. "O São João representa um respiro econômico para muitos municípios do interior", afirma o secretário de cultura de uma cidade nordestina.
Mesmo com a modernidade, os festejos juninos mantêm seu caráter comunitário e familiar, sendo uma das celebrações mais aguardadas do ano. E enquanto houver fogueira acesa e sanfona afinada, a tradição continuará viva no coração dos brasileiros.
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